domingo, agosto 20, 2006

Recordar Miami Vice


Sonny Crockett e Ricardo Tubbs são agentes infiltrados. Tubbs (Jamie Foxx) tem um estilo urbano e está sempre na moda. Vive com Trudy, uma analista de sistemas, enquanto trabalha como infiltrado numa missão de transporte de droga para o sul da Florida, a fim de identificar um grupo responsável por três homicídios.
Sonny Crockett (Colin Farrell) é carismático e um verdadeiro quebra corações. E quando começa a trabalhar infiltrado para um fornecedor do grupo do sul da Florida, envolve-se com Isabella (Gong Li), uma cubana de origens orientais, mulher de um traficante de armas e droga.
A intensidade deste caso vai levar Crockett e Tubbs até ao limite, em que a personagem que interpretam como infiltrados e a sua verdadeira identidade se começam a confundir. Isto torna-se especialmente notório para Crockett no seu romance com Isabella e para Tubbs quando a missão começa a colocar em risco as pessoas que ama.

sábado, agosto 19, 2006

Algumas horas bem passadas

domingo, agosto 13, 2006

As intermitências da morte, de José Saramago

"No dia seguinte ninguém morreu.". Este é ponto de partida para ampla divagação sobre a vida, a morte, o amor e o sentido, ou a falta dele, da nossa existência.

Além de reflexões existenciais, Saramago faz uma dura crítica a sociedade moderna (o país da obra é fictício) ao relatar as reações da Igreja, do Governo, do Clero, dos repórteres, dos filósofos, dos economistas, das funerárias, casas de pensão, hospitais, seguradoras, das famílias com um moribundo em casa, da máphia, etc.

No contexto da obra de José Saramago, trata-se de um livro diferente. É um texto belíssimo, num estilo inconfundível, cheio de imaginação e humor.

É brilhante a forma como, logo de início, o leitor é levado, com naturalidade, para o domínio do inverosímil, da fantasia pura. A morte é encarada como uma força viva e quase física. Desta ideia, Saramago parte um discurso cheio de peripécias fantasiosas mas sempre sem perderb a ligação com o real, com a vida. “As intermitências da morte” é, em parte, uma fábula – a morte assume características humanas, como uma entidade autónoma embora com todos os poderes que a confundem com um deus.

Tudo começa quando a morte decide fazer greve e os cidadãos deixam de morrer. Neste ponto é genial a forma como Saramago põe em confronto a alegria do povo com as preocupações do governo. Só desta forma se reconhece a importância da morte e a sua função prática. Sem a morte a vida do país torna-se um caos; a Igreja, que controla o poder político e determina as ideologias dominantes, desespera. Porque sem morte não há ressurreição e sem ressurreição não há religião. Levadas as coisas às últimas consequências, sem a morte a religião perderia todo o seu poder, porque sem a morte não há medo. É essencial para o poder político e para a Igreja que o medo perdure.

Mas a ausência da morte cria também problemas politico-sociais: “o que vamos fazer com os velhos?” – uma questão actual e polémica que Saramago introduz com mestria e a-propósito.
Outra ideia interessante neste livro é a impensável lista de prejudicados com a greve da morte: agencias funerárias, hospitais, companhias de seguros, médicos, advogados, jornalistas, etc etc. Até os filósofos dependiam da morte; sem ela toda a especulação se torna impossível porque sem a morte não se pode procurar o sentido da vida.

O povo, aos poucos vai sentindo o lado negro da greve da morte; afinal, multiplicam-se os problemas quando os entes queridos, mesmo em sofrimento, não morrem. Torna-se impossível suportar os moribundos. Os políticos e as máfias – numa amálgama inteligentemente criada por Saramago – definem estratégias concertadas para evitar escândalos, procurando manter “o rumo natural” das coisas, de forma discreta e politicamente correcta, perante a “moda” que entretanto se instalara: a de levar os moribundos a morrer do outro lado da fronteira. É uma incursão discreta de Saramago pelo tema da eutanásia. Aqui, fica bem clara uma crítica severa à forma como as estruturas políticas encaram os idosos – o matematismo mercantilista da Segurança Social, tema tão controverso como actual.

Ao longo de todo o livro, um traço curioso é o discreto e inteligente sentido de humor com que Saramago aborda estes temas tão dramáticos. A parte final do livro é genial e surpreendente. A morte assume um rosto humano, feminino e irresistível. Mas só a música é capaz de a vencer. A música e o amor.

sexta-feira, agosto 11, 2006


Greeting from NY

Whoa Nelly!

Andrea Sachs, acabada de sair da universidade, consegue um emprego fabuloso «pelo qual um milhão de jovens eram capazes de dar a vida»: é contratada como assistente de Miranda Priestly, a editora da famosa revista Runway. No entanto, como assistente pessoal de Miranda, Andrea vê-se forçada a suportar toda uma série de abusos, realizando tarefas como encomendar-lhe o pequeno-almoço, tratar-lhe da roupa suja, fazer de motorista para a cadelinha buldogue francesa, preparar-lhe as viagens… Resumindo, Andrea tem de estar disponível vinte e quatro horas por dia para atender aos seus pedidos, e, ainda por cima, sempre com um sorriso no rosto! Será que um ano de sacrifício, ao serviço de um 'diabo' que veste Prada, não é um preço demasiado alto a pagar pelo emprego da sua vida?!

quinta-feira, agosto 10, 2006

Aproveitando o facto de o Museu do Design sair do Centro do Cultural de Belém (CCB) no fim de Agosto, visitei-o ontem pela primeira vez.

A colecção de design de Francisco Capelo apresenta cerca de 350 peças entre mobiliário, objectos utilitários e um conjunto onde estão representados os principais designers e costureiros do século XX, que possibilita uma nova visão do design de 1937 até à actualidade.

Em 2007 esta colecção passará para o Palácio de Santa Catarina, que deverá reunir o acervo de design e de moda, num total de cerca de 900 peças.